terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Preferimos Rosas


Fico impressionada como anda a nossa sociedade hoje em dia. Se estuda cada vez mais, trabalha-se cada vez mais, Para ter uma vida confortável, ter uma família , ser feliz no trabalho e pelo simples prazer em ter conhecimento e contribuir para a evolução do  seu país. Que nada! Para ganhar dinheiro, muito dinheiro. Para poder Ter e Ser cada vez mais. E aquela história de que a beleza esta nas coisas simples.Balela.Ja viu uma  Ferrari de perto? E aquela bolsa linda da Victor Hugo de 3,800$.
É triste .
Mas certa manhã pude ter esperança e uma experiência incrível.
Aposto que a maioria das pessoas pensaria qual astro de Hollioowd me pediu em casamento. 
Gucci, Calvin Clein, Carolina Herrera, Pólo, Armanni , Dolce Gabanna, de que marca seria?!
Ou alguma viagem incrível, tipo dar a volta ao mundo, ir a Paris, ou qualquer um desses lugares que costumam ser o sonho das pessoas, mesmo sem conhecer ao menos 1% do seu país . Enfim, qualquer uma dessas extravagâncias que a sociedade capitalista pós moderna e pseudo- evoluída nos impõe guela a baixo todos os dias na TV.Não que eu não goste dessas marcas, mas só consumo o que quero e o que cabe no meu bolso. Replicas e bazares são bem-vindos e não te fazem  entrar no cheque especial, cartão de crédito(afinal são em 10x, nem vai sentir no fim do mês).Meu vô já dizia “ a gente só poe a mão  onde alcança”.Concordo . Sábio vovô , sabia viver.Asa delta , bong dunp, êxtase, LSD,emoção, adrenalina....uuuuhullllDeixo Claro: Nada contra, mas eu, prefiro outras coisas.De preferência no chão, tenho medo de altura. Drogas , também  não curto , acho que o grande barato é o Poder ,sobre si.
 Ate quero conhecer Paris, mas quero ir a Bonito no Mato Grosso primeiro, afinal um lugar com esse nome, deve ser, no mínimo, bonito.
Eu , Prefiro Flores.Em especial daquela manhã.Eram lindas.Rosas vermelhas. Do Anônimo mais importante para o músculo liso  estriado  que realiza contrações involuntárias e é capaz de nutrir o corpo e  a alma . Coração.Taquicardia. Não saberia explicar e nem ousaria ,pois correria o risco de tornar singelo tão incrivel sentimento. Me vi em um mundo que era só meu e delas . As rosas , conversavam comigo, me diziam que não ficariam muito tempo  ,morreriam logo,mas estavam ali para me dizer o quanto eu era importante e queriam me ver feliz. Ah , eu estava como a muito tempo não me sentia. E eu repondi.Acho que minha felicidade falou alto demais. E o espetáculo, percebi, que agora tinham espectadores e no fim dizia ‘’Do seu garoto....Com amor,..’’ A cortina se fechou e fomos aplaudidos de pé por todos os garçons , chaveiros , transeuntes , crianças, carros, e guardas-de transito que por um momento breve também preferiram Rosas.   


                                                                                                                                                                    Karine Dias. 


quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Loucos e Santos


Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila.
Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.
A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos.
Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.
Deles não quero resposta, quero meu avesso.
Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.
Para isso, só sendo louco.
Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.
Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta.
Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria.
Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto.
Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade.
Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.
Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça.
Não quero amigos adultos nem chatos.
Quero-os metade infância e outra metade velhice!
Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa.
Tenho amigos para saber quem eu sou.
Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.
 
                                                                                                                      Oscar Wilde


MODO DE TERMINAR


              Não queria que minha segunda postagem fosse sobre algo tão sério e dificil como Separação. Se você está passando por isso ,não eh nada pessoal ,ok? Mas achei que valeria a pena.Sempre achei que separação fosse o momento mais doloroso não só entre casais, mas entre pessoas que se amam.Casais não necessariamente se amam, toleram-se, acostumam-se.Enfim, estava errada. O desrespeito é pior.Separação dói uma vez só. Desrespeito dói pra sempre, é covarde, egoísta e vulgar.
             O fim se aproxima e agora?Tudo bem, não disse quer era fácil.Poderia existir um 'Modo de terminar':Abra o jogo, acrescente um pouco de coragem, não passe do tempo, não protele, ou vai solar, 5 min e está pronto.É ,isso foi realmente medíocre.
             Calma ,estamos salvos. Achei o mais brilhante entendimento sobre a Separação ,de uma autora portuguesa, Inês Pedrosa.Espero que ajude a alguém, porque eu e você,hipócritas preferimos acreditar que nunca aconteceu ou acontecerá conosco.Com hipocrisia, vejam como é bonito o fim de uma união.

''Provavelmente só se separam os que levam a infecção do outro até os limites da autenticidade, os que têm coragem de se olhar nos olhos,e descobrir que o amor de ontem merece mais que o conforto dos hábitos e o conformismo da complementaridade''


''A separação pode ser o ato de absoluta e radical união, a ligação para a eternidade de dois seres que um dia se amaram demasiado para poderem amar-se de outra maneira, pequena e mansa, quase vegetal.''




Ja li isso em algum lugar: A separação como um ato de amor!







terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Escreve coisas-se

Para quem lê um pouquinho sobre crônicas , percebe que o meu título nada original remete-se a um texto da autora Martha Medeiros, chamado 'Vende Frango-se'. Nessa minha primeira postagem queria render uma homenagem à todos, que como eu ,não desenvolveram o dom de escrever, mas que podem e devem com suas imperfeições causar alguma construção, quem sabe perfeita sobre a realidade cotidiana  que nos cerca.  Que esse  blog imperfeito sirva para rir, pensar, refletir, criticar e sobretudo partilhar textos que gosto muito.





 VENDE FRANGO-SE

 Alguém encontrou esta pérola escrita numa placa em frente a um mercadinho de um morro do Rio: "Vende frango-se". É poesia? Piada? Apenas mais um erro de português? É a vida e ela é inventiva. Eu, que estou sempre correndo atrás de algum assunto para comentar, pensei: isto dá samba, dá letra, dá crônica. Vende frango-se, compra casa-se, conserta sapato-se.

Prefiro isso aos "q tc cmg?" espalhados pelo mundo virtual, prefiro a ingenuidade de um comerciante se comunicando do jeito que sabe, é o "beija eu" dele, o "que vim aqui casa?" de tantos.

Vende carne-se, vende carro-se, vende geléia-se. Não incentivo a ignorância, apenas concedo um olhar mais adocicado ao que é estranho a tanta gente, o nosso idioma. Tão poucos estudam, tão poucos lêem, queremos o quê? Ao menos trabalham, negociam, vendem frangos, ao menos alguns compram e comem e os dias seguem, não importa a localização do sujeito indeterminado. Vive-se.

Talvez eu tenha é ficado agradecida por este senhor ou senhora que anunciou-se de forma errônea, porém inocente, já que é do meu feitio também trocar algumas coisas de lugar, e nem por isso mereço chicotadas, ao contrário: o comerciante do morro me incentivou a me perdoar. Esquecer o nome de um conhecido, não reconhecer uma voz ao telefone, chamar Gustavos de Olavos, confundir os verbos e embaralhar-se toda para falar: sou a rainha das gafes, dos tropeços involuntários. Tento transformar em folclore, já que falta de educação não é. Conserta destrambelhada-se. Eu me ofereço pro serviço. Quem não? Sabemos todos como é constrangedor não acertar, mas lá do alto do seu boteco, ele nos absolve. Ele, o autor de um absurdo, mas um absurdo muito delicado.

Vende frango-se, e eu acho graça é uma coisa boa, sinal de que ainda não estamos tão secos, rudes e patrulheiros, ainda temos grandeza para promover o erro alheio a uma inesperada recriação da gramática, fica eleito o dono da placa o Guimarães Rosa do morro, vale o que está escrito, e do jeito que está escrito, uma vez que entender, todos entenderam. Fica aqui minha homenagem a imperfeição.
                                   
                                                                                           Martha Medeiros.